Resumo do livro: the healing sun, sunlight and health in the 21st century - Homegrid

Resumo do livro: the healing sun, sunlight and health in the 21st century

Categoria: Saúde/Bem estar

O Sol que Cura: 45 perguntas e respostas

Um resumo do livro de Richard Hobday ‘The Healing Sun: A luz solar e a saúde no século XXI” de Lies are Unbekoming.

 

Questão 1: O que é a helioterapia e como foi historicamente utilizada para tratar doenças?

A helioterapia é a utilização terapêutica da luz solar para prevenir e tratar várias doenças. Historicamente, foi utilizada para tratar uma vasta gama de doenças, incluindo tuberculose, feridas e doenças ósseas. No início do século XX, médicos como o Dr. Auguste Rollier desenvolveram protocolos específicos para expor os doentes à luz solar de forma gradual e cuidadosa, muitas vezes em combinação com ar fresco e uma alimentação adequada. A helioterapia era particularmente popular antes do advento dos antibióticos e foi amplamente utilizada durante a Primeira Guerra Mundial para tratar soldados feridos.

Questão 2: Como é que ocorre a síntese da vitamina D no organismo e qual o papel da luz solar neste processo?

A síntese da vitamina D no organismo ocorre quando a radiação ultravioleta B (“UVB”) da luz solar penetra na pele e converte uma substância chamada 7-dehidrocolesterol em pré-vitamina D3. Esta pré-vitamina D3 sofre então outras alterações ao longo de 2-3 dias para se tornar vitamina D3, que é transportada através da corrente sanguínea para o fígado e os rins para se tornar a hormona biologicamente ativa 1,25 dihidroxivitamina D3. A luz solar desempenha um papel crucial neste processo, uma vez que é a principal fonte de radiação UVB necessária para a síntese da vitamina D. Em muitas populações, a exposição à luz solar é responsável por até 90% da produção de vitamina D.

Pergunta 3: Qual é a relação entre a exposição à luz solar e o risco de cancro da pele?

A relação entre a exposição à luz solar e o risco de cancro da pele é complexa. Embora a exposição prolongada e intensa ao sol e as queimaduras solares, especialmente na infância, possam aumentar o risco de cancros da pele como o melanoma, alguns estudos sugerem que a exposição regular e moderada ao sol pode, na verdade, diminuir o risco de melanoma. Os carcinomas basocelulares e espinocelulares estão mais diretamente relacionados com a exposição solar cumulativa. No entanto, o livro sublinha que o aumento dramático das taxas de cancro da pele durante o século XX coincidiu com o facto de as pessoas passarem mais tempo em ambientes fechados, o que sugere que outros factores, como a dieta e o estilo de vida, podem desempenhar um papel significativo no desenvolvimento do cancro da pele.

Pergunta 4: Como é que a luz solar afecta a saúde dos ossos e a osteoporose?

A luz solar desempenha um papel crucial na saúde dos ossos, permitindo que o corpo produza vitamina D, que é essencial para a absorção de cálcio e a formação óssea. Níveis adequados de vitamina D ajudam a prevenir a osteoporose e outras doenças ósseas. O livro refere que existe uma variação sazonal acentuada na densidade óssea, sendo a densidade mais baixa durante os meses de inverno, quando a exposição à luz solar é reduzida. Além disso, as fracturas da anca são mais comuns no inverno e nas latitudes mais elevadas, onde há menos luz solar. A exposição à luz solar, especialmente na infância e na adolescência, ajuda a construir ossos fortes e pode reduzir o risco de osteoporose mais tarde na vida.

Pergunta 5: Qual era o papel da terapia da luz solar no tratamento da tuberculose antes dos antibióticos?

Antes do aparecimento dos antibióticos, a terapia da luz solar desempenhou um papel importante no tratamento da tuberculose, especialmente nas formas que afectam os ossos, as articulações e a pele. Médicos como o Dr. Auguste Rollier desenvolveram clínicas especializadas nos Alpes suíços, onde os doentes eram gradualmente expostos à luz solar, em combinação com ar fresco, repouso e alimentação adequada. Esta abordagem, conhecida como o “Método Rollier”, envolvia sessões de banhos de sol cuidadosamente controladas que aumentavam de duração ao longo do tempo. O tratamento baseava-se na observação de que a luz solar podia matar as bactérias da tuberculose e estimular os processos naturais de cura do corpo. Muitos doentes revelaram melhorias notáveis e alguns ficaram mesmo curados da tuberculose através deste método.

Pergunta 6: Como é que a exposição à luz solar pode ajudar a reduzir as infecções hospitalares?

A exposição à luz solar pode ajudar a reduzir as infecções hospitalares de várias formas. Em primeiro lugar, a luz solar tem um efeito bactericida direto, matando muitos microrganismos nocivos. Estudos efectuados demonstraram que as enfermarias hospitalares iluminadas pelo sol têm menos bactérias do que as enfermarias escuras. Em segundo lugar, a radiação UV da luz solar pode penetrar nos vidros das janelas e continuar a ter um efeito desinfetante no interior. Este facto foi demonstrado num estudo realizado durante a Segunda Guerra Mundial, em que as enfermarias com janelas desobstruídas apresentavam taxas significativamente mais baixas de infecções respiratórias do que as enfermarias com paredes de tijolo a tapar as janelas. Além disso, a exposição à luz solar pode reforçar o sistema imunitário dos doentes, tornando-os potencialmente mais resistentes às infecções. Florence Nightingale reconheceu a importância da luz solar nos hospitais e defendeu projectos que maximizassem a luz natural e o ar fresco.

Pergunta 7: O que é a perturbação afectiva sazonal e qual a sua relação com a exposição à luz solar?

A perturbação afectiva sazonal (“SAD”) é uma forma de depressão que ocorre durante os meses de inverno, quando a exposição à luz solar é reduzida. Caracteriza-se por sintomas como mau humor, fadiga, ingestão excessiva de alimentos (especialmente hidratos de carbono) e aumento de peso. O SAD está diretamente relacionado com a diminuição da exposição solar, que pode perturbar os ritmos circadianos do organismo e alterar a produção de hormonas como a melatonina e a serotonina. Estas alterações hormonais podem afetar o humor, os padrões de sono e os níveis de energia. A doença é mais comum em regiões mais afastadas do equador, onde os dias de inverno são mais curtos. O tratamento envolve frequentemente terapia com luz, que imita a luz solar natural para ajudar a regular o relógio interno do corpo e a produção de hormonas.

Pergunta 8: Quais são as práticas recomendadas para apanhar sol em segurança?

As práticas seguras de apanhar sol, tal como recomendadas no livro, incluem a exposição gradual para aumentar a tolerância, evitar o sol do meio-dia (especialmente entre as 11 e as 15 horas) e não deixar a pele queimar. O livro sublinha a importância de conhecer o tipo de pele de cada um e de prestar muita atenção à forma como esta reage à exposição solar. A luz solar matinal é considerada particularmente benéfica. Hobday sugere banhos de sol a temperaturas inferiores a 18°C (64°F) para obter os melhores benefícios para a saúde. Aconselha-se o uso de um chapéu para proteger o rosto e o pescoço, bem como começar com exposições curtas e aumentar gradualmente a duração. O livro também recomenda uma dieta rica em alimentos integrais, em vez de alimentos refinados, para apoiar a saúde da pele durante a exposição solar.

Pergunta 9: Qual o impacto da conceção do edifício na exposição dos ocupantes à luz solar?

A conceção dos edifícios tem um impacto significativo na exposição dos ocupantes à luz solar. A orientação dos edifícios, o tamanho e a colocação das janelas e a conceção dos espaços exteriores afectam a quantidade de luz natural que entra nas áreas de habitação e de trabalho. O livro aborda a forma como alguns projectos históricos, como as enfermarias dos hospitais de Florence Nightingale, davam prioridade à exposição à luz solar para benefício da saúde. Também menciona que os projectos modernos de escritórios de grandes dimensões dependem frequentemente de iluminação artificial, reduzindo a exposição dos ocupantes à luz natural. Hobday defende o regresso a projectos que maximizem a exposição à luz solar, sugerindo caraterísticas como varandas e sacadas iluminadas pelo sol, especialmente em instalações de cuidados de saúde e lares para idosos. A orientação adequada dos edifícios também pode ajudar no aquecimento solar passivo e na desinfeção natural dos espaços.

Pergunta 10: Qual é a interação entre a alimentação e a luz solar em termos de benefícios para a saúde?

A interação entre a dieta e a luz solar é complexa e significativa para a saúde. O livro sublinha que uma dieta rica em alimentos integrais, particularmente os ricos em antioxidantes como as vitaminas A, C e E, pode aumentar a capacidade do organismo de beneficiar da exposição solar, reduzindo o risco de danos na pele. Por outro lado, uma dieta rica em alimentos refinados e gorduras não saudáveis pode aumentar a suscetibilidade aos danos causados pelo sol. Hobday cita investigações que demonstram que uma dieta pobre em gorduras pode reduzir a incidência de cancros da pele não melanoma. Além disso, certos alimentos, como os peixes gordos, são ricos em vitamina D, que pode complementar a vitamina D sintetizada através da exposição solar. O livro refere ainda que a dieta tradicional japonesa, rica em vitamina D proveniente do peixe, pode explicar as taxas mais baixas de determinados cancros no Japão, apesar da sua latitude norte.

Pergunta 11: Quem foram as figuras históricas mais importantes no desenvolvimento da terapia da luz solar?

As principais figuras históricas no desenvolvimento da terapia com luz solar incluem Niels Finsen, Auguste Rollier e Oskar Bernhard. Niels Finsen, que ganhou o Prémio Nobel da Medicina em 1903, foi pioneiro na utilização da luz ultravioleta para tratar a tuberculose da pele. Auguste Rollier, frequentemente referido como o “sumo sacerdote” da terapia da luz solar, desenvolveu um método de exposição gradual ao sol para tratar a tuberculose nas suas clínicas nos Alpes suíços. Oskar Bernhard foi fundamental na utilização da luz solar para tratar feridas de guerra durante a Primeira Guerra Mundial. Florence Nightingale, embora não estivesse diretamente envolvida na terapia da luz solar, defendeu a importância da luz solar na conceção dos hospitais para a recuperação dos doentes.

Pergunta 12: Como é que as civilizações antigas utilizavam a luz solar para fins terapêuticos?

As civilizações antigas reconheceram o poder curativo da luz solar e incorporaram-na nas suas práticas médicas. Os gregos antigos referiam-se aos banhos de sol como “heliose” e utilizavam-nos para tratar várias doenças, incluindo epilepsia, asma e iterícia. Também praticavam a “arenação”, que consistia em banhos de areia ao sol. Os romanos, em particular figuras como Plínio, o Velho, consideravam os banhos de sol um dos melhores remédios auto-administrados. Os antigos faraós egípcios, como Akhenaton, veneravam o sol pelas suas propriedades vivificantes e eram representados a segurar os seus filhos contra os raios solares. Estas civilizações combinavam frequentemente a terapia solar com outras práticas, como a hidroterapia e o exercício físico.

Pergunta 13: O que era e como funcionava o tratamento de doenças ao ar livre?

O tratamento de doenças ao ar livre foi uma abordagem médica popularizada no final do século XIX e no início do século XX, nomeadamente para tratar a tuberculose. Consistia em expor os doentes ao ar fresco e frio e à luz solar, frequentemente em sanatórios situados em zonas montanhosas ou costeiras. O tratamento baseava-se na observação de que as pessoas que passavam tempo ao ar livre eram menos susceptíveis à tuberculose. O Dr. George Bodington, um dos primeiros proponentes, argumentou que o confinamento dos doentes em quartos quentes e mal ventilados era prejudicial para a sua saúde. O método ao ar livre incluía repouso, alimentação adequada e exposição gradual a condições exteriores. Acreditava-se que esta abordagem estimulava os processos naturais de cura do corpo, aumentava o metabolismo e reforçava o sistema imunitário.

Pergunta 14: Como é que a iluminação artificial afecta a saúde humana em comparação com a luz solar natural?

A iluminação artificial, nomeadamente a fluorescente, pode ter efeitos negativos na saúde humana em comparação com a luz solar natural. O livro refere que a luz artificial muitas vezes não consegue reproduzir todo o espetro da luz natural, levando a potenciais perturbações nos ritmos circadianos e na produção hormonal. A exposição prolongada à luz artificial, especialmente à noite, pode suprimir a produção de melatonina, afectando os padrões de sono e aumentando potencialmente os níveis de stress. Alguns estudos sugeriram mesmo uma ligação entre a iluminação fluorescente e um risco acrescido de melanoma. A luz natural do sol, por outro lado, fornece um espetro completo de luz que regula vários processos fisiológicos, incluindo a produção de vitamina D, e tem demonstrado ter efeitos que elevam o humor. O livro sublinha a importância da exposição à luz natural para a saúde e o bem-estar geral.

Pergunta 15: Qual é a relação entre a exposição à luz solar e a resistência aos antibióticos?

O livro não aborda diretamente a relação entre a exposição à luz solar e a resistência aos antibióticos. No entanto, menciona que a luz solar tem propriedades bactericidas naturais, que eram utilizadas antes do advento dos antibióticos para tratar infecções e feridas. O aparecimento de bactérias resistentes aos antibióticos é discutido como uma preocupação crescente nos cuidados de saúde modernos, levando potencialmente a um regresso a algumas práticas da era pré-antibiótica. Neste contexto, o livro sugere que as propriedades germicidas da luz solar podem tornar-se mais importantes na conceção dos hospitais e no controlo das infecções se a resistência aos antibióticos continuar a aumentar. Hobday propõe que a incorporação de mais luz solar nos ambientes de cuidados de saúde poderia ajudar a reduzir a propagação de infecções, diminuindo potencialmente a dependência de antibióticos.

Pergunta 16: Como é que a luz solar é utilizada na medicina tradicional chinesa?

Na medicina tradicional chinesa, a luz solar é reconhecida como um elemento importante para a saúde e a cura. O livro menciona que os chineses têm uma longa tradição de fazer exercício ao sol da manhã, acreditando que esta prática permite aos praticantes acumular “energia biológica” da atmosfera. Os sistemas de exercício tradicionais, como o t’ai chi e o qigong, são frequentemente praticados virados para leste, na direção do sol nascente. A abordagem chinesa sublinha a importância de estar ao ar livre ao nascer do sol, explorando as propriedades benéficas para a saúde do ambiente matinal. Acreditam que o nascer do sol é a altura do dia com maior potencial de benefícios para a saúde, uma vez que o ar é fresco e limpo e os órgãos de eliminação do corpo estão mais activos. Esta prática é vista como parte integrante do seu sistema médico e da sua abordagem preventiva da saúde.

Pergunta 17: Qual é a relação entre a exposição à luz solar e a esclerose múltipla?

O livro descreve uma relação inversa significativa entre a exposição à luz solar e a incidência de esclerose múltipla (“EM”). Estudos demonstraram que o risco de desenvolver esclerose múltipla aumenta drasticamente com a latitude, o que significa que as áreas mais afastadas do equador (com menos luz solar) têm taxas mais elevadas da doença. A exposição à luz solar na infância e na adolescência parece ter um efeito protetor contra o desenvolvimento de EM numa fase posterior da vida. Pensa-se que esta relação está ligada à produção de vitamina D, uma vez que as zonas com uma ingestão naturalmente elevada de vitamina D (como a costa da Noruega, onde o consumo de peixe é elevado) têm taxas de esclerose múltipla mais baixas do que seria de esperar com base apenas na latitude. O livro sugere que os raios solares podem atuar sobre o sistema imunitário para prevenir a inflamação na retina e no cérebro, que se pensa ser a primeira fase do desenvolvimento da EM.

Pergunta 18: Qual é o impacto da exposição à luz solar no risco de doença cardíaca?

A exposição à luz solar parece ter um efeito protetor contra as doenças cardíacas. O livro menciona vários mecanismos através dos quais este facto pode ocorrer. Em primeiro lugar, a exposição à luz solar tem demonstrado reduzir a tensão arterial, com estudos que demonstram que a radiação ultravioleta pode reduzir significativamente a tensão sistólica e diastólica. Em segundo lugar, a luz solar ajuda a baixar os níveis de colesterol no sangue, que é um importante fator de risco de doença cardíaca. O livro refere que os níveis de colesterol tendem a ser mais elevados nas populações de latitudes mais elevadas e apresentam variações sazonais, aumentando no inverno, quando a exposição solar é reduzida. Além disso, a exposição à luz solar está associada a um aumento do débito cardíaco e a uma melhor oxigenação do sangue. O livro sugere que a falta de luz solar pode ser um potencial fator de risco para a doença coronária, particularmente entre as populações menos abastadas e certos grupos de imigrantes que podem ter uma exposição limitada ao ar livre.

Pergunta 19: A exposição à luz solar pode desempenhar um papel na prevenção do cancro?

Sim, o livro sugere que a exposição à luz solar pode desempenhar um papel significativo na prevenção do cancro, em especial dos cancros internos. Embora reconheça a ligação entre a exposição excessiva ao sol e o cancro da pele, o livro apresenta provas de que a exposição moderada à luz solar pode ajudar a prevenir vários tipos de cancro, incluindo o cancro da mama, do cólon, da próstata e dos ovários. Pensa-se que este efeito protetor se deve em grande parte à produção de vitamina D estimulada pela luz solar. Estudos demonstraram uma relação inversa entre a exposição à luz solar e as taxas de mortalidade por cancro, com taxas de cancro mais baixas nas regiões mais ensolaradas. O livro cita investigações que estimam que banhos de sol moderados e regulares poderiam resultar numa redução de cerca de um terço das taxas de mortalidade por cancro da mama e do cólon.

Pergunta 20: Quais são os potenciais benefícios e riscos da utilização de protectores solares?

O livro apresenta uma visão diferenciada dos protectores solares, reconhecendo tanto os potenciais benefícios como os riscos. O principal benefício dos protectores solares é a sua capacidade de prevenir as queimaduras solares, que é um fator de risco para o cancro da pele. No entanto, o livro levanta várias preocupações sobre a sua utilização generalizada. Uma das questões é que os protectores solares podem dar aos utilizadores uma falsa sensação de segurança, levando a uma exposição prolongada ao sol que pode aumentar o risco de cancro da pele. Alguns estudos sugerem que a utilização de protectores solares pode estar associada a um risco acrescido de melanoma, possivelmente devido à alteração dos rácios de exposição aos raios UVA e UVB. Os protectores solares também bloqueiam a capacidade da pele de produzir vitamina D, o que pode levar a uma deficiência e a problemas de saúde associados. Além disso, alguns compostos químicos dos protectores solares suscitaram preocupações em termos de saúde. O livro sugere que, embora os protectores solares possam ser úteis na prevenção de queimaduras sob luz solar intensa, não devem ser considerados como a principal forma de proteção solar e a sua utilização diária de rotina pode não ser benéfica para a saúde em geral.

Pergunta 21: Como é que a destruição da camada de ozono afecta a radiação UV e a saúde humana?

O livro contesta alguns pressupostos comuns sobre a destruição da camada de ozono e os seus efeitos na saúde humana. Embora reconheça que a camada de ozono está a ser destruída por químicos atmosféricos, afirma que não há provas de qualquer aumento a longo prazo da radiação UVB em regiões densamente povoadas. As consequências temidas da destruição da camada de ozono, como o aumento de cancros da pele, doenças oculares e perturbações do sistema imunitário, não foram observadas. O livro cita um estudo realizado em Punta Arenas, no Chile, perto do buraco de ozono da Antárctida, que não encontrou problemas de saúde relacionados com a destruição do ozono. Sugere que o aumento das taxas de cancro da pele é anterior e não está relacionado com a destruição da camada de ozono. Hobday argumenta que a concentração na destruição da camada de ozono pode desviar a atenção de factores mais significativos que afectam as taxas de cancro da pele, como as mudanças no estilo de vida e na dieta.

Pergunta 22: Qual é a relação entre a qualidade do ar interior e a exposição à luz solar?

O livro sublinha uma forte ligação entre a qualidade do ar interior e a exposição à luz solar. A luz solar, em particular a sua componente ultravioleta, tem propriedades desinfectantes naturais que podem melhorar a qualidade do ar interior, matando bactérias e outros microrganismos. Os edifícios concebidos para receberem mais luz solar tendem a ter níveis mais baixos de agentes patogénicos transportados pelo ar. Hobday cita exemplos históricos, como os projectos hospitalares de Florence Nightingale, que davam prioridade à luz solar e ao ar fresco para reduzir as infecções. Os edifícios modernos e fechados, com pouca luz natural, podem ter uma pior qualidade do ar e taxas mais elevadas de crescimento bacteriano. O livro sugere que a reincorporação da luz solar na conceção dos edifícios pode ajudar a resolver os problemas de poluição do ar interior e a reduzir a propagação de infecções, especialmente em ambientes de cuidados de saúde.

Pergunta 23: Como é que a luz solar influencia os ritmos circadianos?

A luz solar desempenha um papel crucial na regulação dos ritmos circadianos, o ciclo interno de 24 horas do corpo. O livro explica que o ciclo diário de luz e escuridão do sol regula muitos dos processos hormonais e bioquímicos do corpo. A luz que entra no olho estimula o hipotálamo, que controla a produção de hormonas como a serotonina e a melatonina. Estas hormonas regulam os padrões de sono, a temperatura corporal e o humor. Sem uma exposição regular aos ciclos de luz natural, o relógio interno do corpo tende a “funcionar livremente” num ciclo próximo das 25 horas, o que pode perturbar os padrões normais de vigília e sono. O livro refere que os estilos de vida modernos em espaços interiores com iluminação artificial podem interferir com estes ritmos naturais, contribuindo potencialmente para doenças como a perturbação afectiva sazonal (“SAD”) e outros problemas de saúde.

Questão 24: Que efeitos tem a luz solar na tensão arterial e nos níveis de colesterol?

Foi demonstrado que a exposição à luz solar tem efeitos significativos tanto na tensão arterial como nos níveis de colesterol. O livro cita estudos que demonstram que a radiação ultravioleta pode baixar a tensão arterial tanto em pessoas normais como em pessoas com hipertensão. Este efeito é particularmente pronunciado nos meses de verão, quando a radiação solar é mais forte. Relativamente ao colesterol, o livro explica que a luz solar é necessária para que o organismo o decomponha. Na ausência de luz solar suficiente, o esqualeno da pele é convertido em colesterol em vez de vitamina D, o que pode conduzir a níveis mais elevados de colesterol no sangue. O livro regista uma variação sazonal nos níveis de colesterol no sangue, com níveis mais elevados observados nos meses de inverno, quando a exposição à luz solar é reduzida. Estes resultados sugerem que a exposição regular à luz solar pode ser um fator importante para manter a pressão arterial e os níveis de colesterol saudáveis.

Pergunta 25: Qual é a prevalência da deficiência de vitamina D em diferentes populações?

O livro indica que a carência de vitamina D é surpreendentemente prevalecente em várias populações, sobretudo nos países desenvolvidos. Na Europa, um estudo revelou que mais de um terço das pessoas com 70 anos têm carência de vitamina D durante os meses de inverno. O problema não se limita às pessoas idosas; o livro cita um estudo sobre homens jovens com uma dieta normal que se tornaram deficientes em vitamina D após apenas seis semanas sem exposição solar. Certos grupos estão em maior risco, incluindo as pessoas de pele mais escura que vivem nas latitudes setentrionais, as que passam a maior parte do tempo em ambientes fechados e as que cobrem a maior parte da pele quando estão ao ar livre. O livro sugere que a insuficiência ou deficiência de vitamina D pode estar mais difundida na população em geral do que se pensava anteriormente, tendo um estudo concluído que 66% dos doentes de uma enfermaria de medicina geral apresentavam deficiências. Esta prevalência é atribuída aos estilos de vida modernos que implicam menos tempo ao ar livre e mais tempo em ambientes iluminados artificialmente.

Pergunta 26: Como é que os projectos hospitalares de Florence Nightingale incorporavam a luz solar e porquê?

Os projectos hospitalares de Florence Nightingale incorporavam de forma proeminente a luz solar como um elemento-chave para a saúde e recuperação dos doentes. Ela defendeu o que ficou conhecido como hospitais “plano pavilhão”, que consistiam em blocos de enfermarias de um só piso com vidros extensos em ambos os lados. Esta conceção permitia a ventilação cruzada e a entrada de ar fresco e luz solar em abundância. Nightingale acreditava que a luz solar tinha propriedades terapêuticas e era essencial para evitar a propagação de infecções. As suas enfermarias eram concebidas com um mínimo de uma janela grande por cada duas camas, garantindo aos doentes o acesso à luz natural. Insistia na ventilação natural e em lareiras abertas, rejeitando os sistemas de aquecimento e ventilação artificiais por não serem saudáveis. Os projectos de Nightingale baseavam-se na sua crença na “teoria zimótica” da infeção, que defendia que as doenças se podiam propagar através do ar contaminado. Ao maximizar a luz solar e o ar fresco, Nightingale pretendia criar um ambiente curativo que dispersasse as “emanações nocivas” e evitasse a infeção cruzada entre os doentes.

Pergunta 27: Qual é a relação entre o exercício físico e a exposição à luz solar?

O livro descreve uma relação sinérgica entre o exercício e a exposição à luz solar. Estudos demonstraram que o exercício combinado com a exposição solar tem um maior efeito sobre a resistência, a condição física e o desenvolvimento muscular do que o exercício isolado. Esta relação foi reconhecida em práticas antigas, como o facto de os gregos se exercitarem nus ao ar livre. O livro refere que a luz solar aumenta o teor de oxigénio do sangue humano e a sua capacidade de fornecer oxigénio aos tecidos, à semelhança dos efeitos do exercício regular. Além disso, tanto o exercício como a exposição à luz solar podem baixar os níveis de açúcar no sangue, o que é particularmente notório nos diabéticos. Na medicina tradicional chinesa, exercícios como o t’ai chi e o qigong são frequentemente praticados ao ar livre ao nascer do sol, combinando os benefícios da atividade física com a exposição à luz solar matinal. O livro sugere que esta combinação pode ser particularmente eficaz para a saúde geral e a longevidade.

Pergunta 28: Como é que a terapia da luz solar é utilizada para tratar doenças de pele como a psoríase?

A terapia da luz solar, ou helioterapia, tem-se revelado particularmente eficaz no tratamento da psoríase. O livro descreve como os doentes com psoríase beneficiam frequentemente da exposição controlada à luz solar natural, por vezes em combinação com outras terapias. Por exemplo, no Mar Morto, em Israel, o elevado teor de minerais da água, combinado com a radiação solar, demonstrou melhorar a condição em cerca de 80% dos doentes que aí recebem tratamento. O livro menciona também um estudo em que doentes finlandeses com psoríase grave foram enviados para as Ilhas Canárias para quatro semanas de helioterapia, que se revelou rentável para casos que, de outra forma, exigiriam internamentos hospitalares regulares ou tratamentos em ambulatório. A radiação UV da luz solar parece ter um efeito anti-inflamatório e pode ajudar a abrandar a rápida divisão celular caraterística da psoríase. No entanto, o livro sublinha que estes tratamentos devem ser efectuados sob supervisão médica para garantir a sua segurança e eficácia.

Pergunta 29: Qual o impacto das alterações demográficas nos cuidados de saúde prestados aos idosos em relação à exposição à luz solar?

O livro aborda a forma como as alterações demográficas, em particular o envelhecimento das populações nos países desenvolvidos, estão a aumentar a importância da exposição à luz solar nos cuidados de saúde dos idosos. Com mais pessoas a viverem mais tempo, há uma necessidade crescente de abordar os problemas de saúde relacionados com a idade, muitos dos quais são influenciados pelos níveis de vitamina D e pela exposição à luz solar. Os idosos correm um maior risco de deficiência de vitamina D devido à diminuição da eficiência da pele na produção de vitamina D, à redução da atividade ao ar livre e, por vezes, a deficiências alimentares. Isto pode levar a um risco acrescido de osteoporose, fracturas e outros problemas de saúde. O livro sugere que as estratégias de cuidados de saúde para os idosos devem incluir formas de garantir uma exposição adequada à luz solar, como a incorporação de espaços iluminados pelo sol nos lares e o incentivo a actividades ao ar livre. O livro refere ainda que a abordagem chinesa ao envelhecimento, que inclui exercícios ao ar livre de manhã cedo, como o t’ai chi, poderia ser benéfica se fosse mais amplamente adoptada nos países ocidentais.

Pergunta 30: O que são o t’ai chi e o qigong e qual a sua relação com a exposição à luz solar?

O T’ai chi e o qigong são sistemas de exercício tradicionais chineses que são frequentemente praticados ao ar livre, particularmente ao nascer do sol. O livro descreve estas práticas como formas de acumular “energia biológica” da atmosfera, combinando o movimento físico com os benefícios para a saúde da exposição à luz solar matinal. O T’ai chi ch’uan, desenvolvido como uma arte marcial, envolve movimentos lentos e graciosos que requerem concentração mental e que se acredita equilibrarem a energia do corpo. O Qigong inclui várias práticas centradas no controlo da respiração e na meditação. Ambas são tradicionalmente praticadas viradas para leste, na direção do sol nascente. O livro sugere que estes exercícios, quando praticados regularmente à luz do sol da manhã, podem contribuir para melhorar o equilíbrio, a saúde cardiovascular e o bem-estar geral, especialmente nos adultos mais velhos. A combinação de exercício suave e exposição à luz solar é vista como particularmente benéfica na prevenção de quedas e na manutenção da mobilidade na população idosa.

Pergunta 31: O que são o raquitismo e a osteomalácia e como é que estão relacionados com a exposição à luz solar?

O raquitismo e a osteomalácia são doenças causadas pela deficiência de vitamina D, que está diretamente relacionada com a falta de exposição à luz solar. O raquitismo afecta as crianças, provocando o amolecimento e o enfraquecimento dos ossos, o que leva a deformidades como pernas arqueadas e espinhas curvadas. A osteomalácia é o equivalente no adulto, resultando em ossos amolecidos e num risco acrescido de fracturas. O livro explica que estas doenças foram outrora generalizadas nas zonas industrializadas, devido ao facto de a poluição atmosférica bloquear a luz solar e de as más condições de vida manterem as pessoas dentro de casa. Contrariamente à crença popular, o livro sublinha que o raquitismo e a osteomalácia são sobretudo “doenças da escuridão” e não deficiências alimentares. Uma exposição adequada à luz solar pode prevenir e mesmo curar estas doenças, permitindo ao organismo produzir uma quantidade suficiente de vitamina D, que é crucial para a absorção do cálcio e para a formação dos ossos.

Pergunta 32: Como é que a exposição à luz solar afecta a diabetes?

A exposição à luz solar parece ter efeitos benéficos no controlo da diabetes. O livro menciona que a luz solar, tal como o exercício regular, pode baixar os níveis de açúcar no sangue. Este efeito é particularmente notório nos diabéticos, que podem necessitar de ajustar a dose de insulina quando expostos à luz solar forte durante períodos prolongados. O mecanismo não está totalmente explicado, mas sugere-se que a luz solar pode melhorar a sensibilidade à insulina ou estimular o pâncreas a produzir mais insulina. Além disso, a vitamina D, que é produzida na pele através da exposição solar, tem sido associada a uma melhoria do metabolismo da glucose. O livro refere ainda que alguns estudos demonstraram que a toma de suplementos de vitamina D na infância pode proteger ou travar o início da diabetes insulino-dependente na infância, sugerindo que a exposição solar no início da vida pode desempenhar um papel na prevenção da diabetes.

Pergunta 33: Qual é a relação entre a exposição à luz solar e os cancros da mama, do cólon, dos ovários e da próstata?

O livro apresenta provas que sugerem uma relação inversa entre a exposição à luz solar e a incidência de cancros da mama, do cólon, dos ovários e da próstata. Estudos demonstraram que as taxas de mortalidade por estes cancros tendem a ser mais baixas nas regiões mais soalheiras e aumentam com a distância ao equador. Por exemplo, as taxas de cancro da mama e do cólon são 4 a 6 vezes inferiores nas regiões situadas a menos de 20 graus do equador, em comparação com o norte da Europa ou a América do Norte. Pensa-se que o efeito protetor se deve em grande parte à produção de vitamina D estimulada pela luz solar. O livro cita investigações que estimam que a prática regular de banhos de sol moderados poderia resultar numa redução de cerca de um terço das taxas de mortalidade por cancro da mama e do cólon. No caso do cancro da próstata, as taxas mais elevadas ocorrem nas latitudes setentrionais e os estudos revelaram uma tendência significativa no sentido norte-sul, com taxas de mortalidade mais baixas nas zonas mais ensolaradas. Do mesmo modo, verificou-se que a mortalidade por cancro do ovário está inversamente associada à exposição solar. O livro sugere que o papel da vitamina D na regulação do crescimento celular e as suas potenciais propriedades anti-cancerígenas podem explicar estas relações.

Pergunta 34: Qual é o impacto da luz solar no sistema imunitário?

A luz solar tem um impacto complexo e significativo no sistema imunitário. O livro explica que a exposição moderada à luz solar pode reforçar o sistema imunitário de várias formas. Foi demonstrado que a radiação ultravioleta da luz solar aumenta o número de glóbulos brancos no sangue humano, em particular os linfócitos, que desempenham um papel importante na defesa do organismo contra as infecções. A luz solar também estimula a produção de vitamina D, que é crucial para a função imunitária. O livro menciona que a exposição à luz solar pode acelerar a eliminação de substâncias químicas tóxicas do organismo e tem sido utilizada historicamente para tratar várias doenças infecciosas, incluindo a tuberculose. No entanto, também é referido que a exposição excessiva ao sol pode suprimir a função imunitária, aumentando potencialmente a suscetibilidade a determinadas infecções. O equilíbrio entre estes efeitos está na base da importância de uma exposição solar moderada e controlada para uma saúde imunitária óptima.

Pergunta 35: O que foi o imposto sobre as janelas e como afectou a conceção dos edifícios e a saúde?

O imposto sobre as janelas era um imposto predial imposto em Inglaterra em 1696, baseado no número de janelas de uma casa. O livro explica que este imposto teve um impacto significativo na conceção dos edifícios e, consequentemente, na saúde pública. Para evitar o imposto, muitos proprietários taparam as janelas com tijolos e as novas casas foram frequentemente projectadas com menos janelas. Esta tendência manteve-se mesmo depois de o imposto ter sido abolido em 1851. A redução do número de janelas levou à diminuição da luz natural e da ventilação nos edifícios, o que teve consequências negativas para a saúde. A falta de luz solar e de ar fresco nas casas contribuiu para a prevalência de doenças como o raquitismo e a tuberculose. O livro utiliza este exemplo histórico para ilustrar como as políticas governamentais podem afetar inadvertidamente a saúde pública através do seu impacto na conceção dos edifícios e na exposição à luz solar.

Pergunta 36: Como é que a exposição à luz solar afecta a saúde dentária?

O livro apresenta algumas provas históricas interessantes sobre a relação entre a exposição à luz solar e a saúde dentária. Um estudo de 1939 que envolveu 94 000 homens americanos com idades compreendidas entre os 12 e os 14 anos mostrou uma correlação clara entre a exposição à luz solar e a cárie dentária. As crianças que viviam no nordeste dos EUA, onde a luz solar média anual era inferior a 2.200 horas por ano, tinham dois terços mais cáries do que as que viviam no sudoeste, onde a luz solar anual excedia as 3.000 horas. Outro estudo de 1938 revelou que a incidência de cáries dentárias entre as crianças americanas variava sazonalmente, com a incidência mais elevada no final do inverno e início da primavera e valores muito baixos durante os meses de verão. O livro sugere que esta relação pode dever-se à produção de vitamina D estimulada pela luz solar, que desempenha um papel no metabolismo do cálcio e na mineralização dos dentes. Com base nesta informação, Hobday sugere mesmo que pode ser benéfico marcar consultas dentárias de rotina no início do outono, quando os níveis de vitamina D são mais elevados e os dentes estão mais fortes.

Pergunta 37: O que é o “inverno da vitamina D” e porque é que é importante?

O “inverno da vitamina D” refere-se ao período do ano em que a luz solar não é suficientemente forte para estimular a produção de vitamina D na pele. Em países afastados do equador, como a Grã-Bretanha, isto ocorre de outubro a março. Durante estes meses, a radiação UVB necessária para a síntese de vitamina D não atinge a superfície da Terra em quantidades suficientes. Este conceito é importante porque realça o carácter sazonal da produção natural de vitamina D e explica por que razão muitas pessoas nas latitudes setentrionais podem ficar com deficiência de vitamina D durante os meses de inverno. O livro sublinha que as pessoas precisam de acumular reservas de vitamina D durante os meses de verão para aguentar o inverno. Compreender o “inverno da vitamina D” é crucial para as estratégias de saúde pública, uma vez que sublinha a necessidade de aumentar a ingestão de vitamina D na dieta ou de tomar suplementos durante estes meses para manter níveis adequados deste nutriente essencial.

Pergunta 38: Como é que a exposição à luz solar durante a gravidez afecta o desenvolvimento fetal?

O livro aborda várias formas em que a exposição à luz solar durante a gravidez pode afetar o desenvolvimento fetal. Uma descoberta surpreendente é que as crianças nascidas na primavera tendem a ser mais altas quando adultas do que as nascidas no outono. Este facto é atribuído às variações dos níveis de luz solar durante as últimas fases da gravidez, que influenciam o crescimento. O livro explica que a luz solar pode regular a quantidade de hormona do crescimento na corrente sanguínea da mãe, o que, por sua vez, afecta o desenvolvimento do feto. Além disso, a vitamina D produzida pela exposição solar é crucial para o desenvolvimento ósseo do feto. O livro também menciona um antigo hino egípcio que atribui ao sol a colocação da “semente masculina na mulher” e a aceleração do feto, o que sugere um reconhecimento de longa data da importância da luz solar na reprodução e no desenvolvimento fetal. No entanto, o livro também alerta para o facto de a exposição excessiva ao sol durante a gravidez poder ser prejudicial, sublinhando a necessidade de uma exposição equilibrada e moderada.

Pergunta 39: Como é que a luz solar era utilizada para desinfetar as feridas, nomeadamente em tempo de guerra?

A luz solar foi amplamente utilizada para desinfetar e curar feridas, especialmente durante a Primeira Guerra Mundial. O livro descreve como os cirurgiões militares utilizaram clínicas de terapia solar para tratar soldados feridos. O Dr. Oskar Bernhard, pioneiro neste campo, desenvolveu um método de exposição direta das feridas à luz solar. Descobriu que a luz solar tinha um poderoso efeito desinfetante, ajudando a limpar as feridas e a acelerar o processo de cicatrização. A técnica de Bernhard consistia em retirar os pensos e expor as feridas ao sol durante várias horas por dia, aumentando gradualmente o tempo de exposição. Este método era particularmente eficaz no tratamento de fracturas compostas e feridas infectadas. O livro refere que a terapia com luz solar foi crucial numa era anterior aos antibióticos, em que os tratamentos convencionais falhavam frequentemente na prevenção de infecções. A capacidade da luz solar para matar as bactérias e estimular os processos de cicatrização do corpo tornou-a uma ferramenta valiosa no tratamento de feridas de guerra e na prevenção de complicações como a gangrena.

Pergunta 40: De que forma é que a poluição atmosférica afecta a exposição à luz solar e os seus benefícios para a saúde?

A poluição atmosférica tem um impacto significativo na exposição à luz solar e nos seus benefícios para a saúde, filtrando ou bloqueando a radiação ultravioleta. O livro aborda a forma como a poluição atmosférica, sobretudo de origem industrial, pode criar uma camada persistente de neblina que reflecte a radiação UV. Este foi um fator importante na elevada prevalência de raquitismo nas zonas industrializadas durante os séculos XVIII e XIX. O dióxido de enxofre resultante da combustão do carvão era especialmente eficaz no bloqueio dos raios UVB necessários à síntese da vitamina D. Mesmo nos tempos modernos, o livro sugere que a poluição atmosférica nas zonas urbanas pode contribuir para a deficiência de vitamina D e para os problemas de saúde conexos. Hobday observa que a mudança de um local urbano para um rural, alpino ou à beira-mar pode resultar numa maior exposição aos raios UV, simplesmente devido ao facto de o ar ser mais limpo. Esta relação entre a qualidade do ar e a exposição efectiva à luz solar sublinha a importância de considerar os factores ambientais ao avaliar os potenciais benefícios para a saúde da luz solar em diferentes regiões.

Pergunta 41: Quais são as diferenças entre as radiações UVA e UVB e como é que elas afectam a saúde humana?

Os raios UVA (320-400 nm) e UVB (290-320 nm) são dois tipos de radiação ultravioleta que atingem a superfície da Terra e afectam a saúde humana de formas diferentes. A UVB queima a pele mais rapidamente do que a UVA, mas não penetra tão profundamente. A UVB é a principal responsável pelas queimaduras solares e desempenha um papel crucial na síntese de vitamina D na pele. Está também mais fortemente ligada ao desenvolvimento de cancros da pele. Os raios UVA, que se pensava serem relativamente seguros, penetram mais profundamente na pele e sabe-se atualmente que contribuem para o envelhecimento prematuro da pele e para o aparecimento de rugas. Investigações recentes sugerem que os raios UVA podem também desempenhar um papel no desenvolvimento do melanoma. É importante salientar que os raios UVA podem penetrar no vidro das janelas, enquanto os UVB não. O livro sublinha que ambos os tipos de radiação contribuem para o bronzeamento e as queimaduras e que é necessário um equilíbrio da exposição para obter benefícios para a saúde, minimizando os riscos.

Pergunta 42: Como é que a exposição à luz solar afecta a produção de melatonina?

A exposição à luz solar tem um impacto significativo na produção de melatonina, que por sua vez afecta os padrões de sono e a saúde em geral. A melatonina é produzida pela glândula pineal e a sua secreção é suprimida pela luz, particularmente pelo espetro de luz azul que se encontra na luz solar. Durante o dia, quando exposta à luz solar, a produção de melatonina é inibida. Ao escurecer, os níveis de melatonina aumentam, induzindo o sono e abrandando os processos fisiológicos. O livro explica que as perturbações deste ciclo natural, como a exposição prolongada à luz artificial ou a falta de luz solar durante o dia, podem levar a perturbações do sono e a outros problemas de saúde. Compreender esta relação é crucial para manter ritmos circadianos saudáveis. O livro sugere que a exposição regular à luz solar, especialmente de manhã, pode ajudar a regular a produção de melatonina e melhorar a qualidade do sono.

Pergunta 43: Qual é a relação entre a latitude e vários problemas de saúde?

O livro apresenta provas de uma forte relação entre a latitude e a prevalência de vários problemas de saúde. De um modo geral, à medida que a distância do equador aumenta (ou seja, em latitudes mais elevadas), há uma maior incidência de várias doenças. Este padrão é observado em doenças como a esclerose múltipla, certos tipos de cancro (incluindo da mama, do cólon e da próstata) e a osteoporose. Por exemplo, o risco de esclerose múltipla aumenta drasticamente com a latitude e as taxas de mortalidade por cancro tendem a ser mais elevadas nas regiões setentrionais do que nas zonas mais próximas do equador. O livro atribui este facto, em grande parte, às diferenças na exposição à luz solar e à subsequente produção de vitamina D. No entanto, é referido que outros factores como a dieta (por exemplo, o elevado consumo de peixe em algumas zonas costeiras do norte) podem por vezes atenuar estas tendências de saúde relacionadas com a latitude. Hobday sugere que a compreensão destes padrões geográficos pode ter implicações importantes para as estratégias de saúde pública, especialmente em regiões com luz solar limitada.

Pergunta 44: Quais são os benefícios e os riscos da utilização de lâmpadas solares e solários?

O livro apresenta uma visão equilibrada das lâmpadas solares e dos solários, reconhecendo tanto os potenciais benefícios como os riscos. Os benefícios incluem a capacidade de estimular a produção de vitamina D, especialmente durante os meses de inverno ou para as pessoas que não podem ter uma exposição solar regular. As lâmpadas solares também podem ser utilizadas para tratar certas doenças da pele e a perturbação afectiva sazonal (“SAD”). No entanto, os riscos são significativos. Muitos dos solários modernos emitem uma elevada percentagem de radiação UVA, que se pensava ser mais segura, mas que atualmente se sabe contribuir para o envelhecimento da pele e aumentar potencialmente o risco de melanoma. O livro adverte contra a utilização de solários para bronzeamento cosmético, uma vez que tal pode levar a uma sobre-exposição e a um aumento do risco de cancro da pele. Sugere que, se forem utilizadas fontes artificiais de UV, estas devem imitar o mais possível a luz solar natural e ser utilizadas sob orientação. Hobday recomenda exposições curtas e controladas para benefícios para a saúde e não por razões estéticas, sublinhando que a luz solar natural, quando disponível, é preferível.

Pergunta 45: Qual é o impacto do vestuário na síntese de vitamina D no corpo?

O vestuário tem um impacto significativo na síntese de vitamina D no organismo, actuando como uma barreira física à radiação UVB. O livro explica que os diferentes tipos de tecido variam na sua capacidade de bloquear os raios UV. Por exemplo, a lã preta bloqueia mais de 98% da radiação UVB incidente, enquanto o algodão branco permite a passagem de cerca de 50%. Mesmo com tecidos mais permeáveis, seriam necessárias várias doses eritemais mínimas (“MED”) de exposição aos raios UV para que a síntese de vitamina D pudesse ocorrer. O livro refere que, em algumas culturas em que o vestuário tradicional cobre a maior parte do corpo, como é o caso dos beduínos no deserto do Negev ou de certas populações de imigrantes nos países ocidentais, a deficiência de vitamina D pode ser comum, apesar de viverem em climas soalheiros. Este facto sublinha a importância da exposição da pele nua à luz solar para uma produção adequada de vitamina D. Hobday sugere que a compreensão do impacto do vestuário na síntese da vitamina D é crucial para o desenvolvimento de diretrizes de saúde adequadas, especialmente para as populações que tradicionalmente cobrem a maior parte da sua pele.

 

Fonte: https://expose-news.com/2024/10/13/book-summary-the-healing-sun/#question-15-what-is-the-connection-between-sunlight-exposure-and-antibiotic-resistance